Amor , Ódio


O amor é algo interessante não é verdade? Quando amamos estranhamente nos tornamos possessivos, autoritários e felizes, de um modo único, mas tal felicidade não é tão simples quanto parece, estamos presos a sentimentos que nos condenam, algemados pela sensação de infelicidade que nos toma de maneira incrivelmente dolorosa porque sabemos não podemos ficar com a pessoa amada o tempo todo, sofremos pelo espaço que nos separa, pelo tempo que nos afasta e pelas pegadas que vamos deixando para trás, mas também ficamos presos pela felicidade de sorrir sem motivo, de esperar sem razão, de sentir o que sentimos de modo tão intenso que impossível é a descrição.
O amor surge repentinamente, onde não havia nada passa a surgir um jardim de possibilidades, flores que cheiram a alegria, outras a calma, algumas a pressa e outras tristezas, o amor aparece na vida de modo sutil, pode ser por um olhar, por uma fala sem sentido, por um mero sorriso, ele surge assim, simplesmente chega ao coração e se instala, sem pedir licença ou permissão.
Mas não é como uma semente que cai em terra fresca, não é possível o amor ser como uma planta, porque em algum momento a planta morre, seca, queima, o amor é eterno, tão eterno quando uma alma que flui pelos rios da vida, o amor são os raios do sol que sempre deixam aquela sensação de calor, mesmo quando a noite chega, o amor não desaparece por completo, sempre fica aguardando o novo dia raiar para entrar repentinamente para iluminar tudo o que nos cerca.
Se o amor é o sol, a lua é o ódio, não que isso seja terrível ou triste, mas não é possível ter apenas amor, o ódio é importante para entender e conservar o amor como ele é. Se na noite escura a lua ilumina e nos nutre com a vingança, o rancor, a dor, a tristeza, isso nos torna mais fortes, fortes o suficiente para esperarmos por um novo raio de sol, esperar um novo amor chegar.
O ódio também possui uma característica interessante, ele fortalece, nutre o corpo, mesmo que não seja de todo o bem, ainda sim, uma lágrima quando cai não fere o coração se há ódio porque ele protege a alma do pior veneno que existe: a autodestruição e a vontade de não sentir mais nada por ninguém.
A intensidade do ódio tem que ser a mesma que do amor, pois são forças que se equilibram e sustentam uma balança de equilíbrio muito bem feita pelo destino que nos faz viver. O amor é tão forte quando a dor, a dor defende o corpo e a alma da pior situação que pode haver, a tristeza de não ter mais sentimento algum.
Quando se odeia, há sentimentos, quando se ama, há sentimentos, mas quando se não sente nada, então este é o fim de uma vida, porque o corpo não reage mais, não sorri nem chora, não há alma, porque não se ter pena e nem dor, não se sente o coração bate
, porque não há motivo algum para isso acontecer.

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