O Terminal

Todos os dias é um vai-e-vem.
Fui aprendendo com o tempo que nós, por mais evoluídos que sejamos, somos uma constante máquina de erros que em vezes atingimos de forma violenta até quem não tem nada a ver com tua sina. E ridiculamente negamos isso até a última gota. Bem aventurado é aquele que de alguma maneira consegue admitir ser um alguém errante, mesmo que para isso ele tenha que passar por cima de algumas convicções auto-destrutivas. E modestamente permito-me confessar ser um integrante desse grupo.
Tem coisas na nossa vida que a gente perde pra nunca mais encontrar. Até que um dia a gente encontra, e descobre que o ‘nunca mais’ nunca existiu.
Tenho me tornado cada vez mais um condutor infrator, atropelando algumas convicções e quebrando algumas regras. Talvez isso aconteça pelo fato de eu ter um motivo maiúsculo e digno de assumir tal condução. Caso haja algum erro procuro ser a pessoa mais intolerante possível, porque só assim terei combustível e força suficiente pra superá-lo e exterminá-lo, denotando assim que somente eu sou o responsável por ditar quem segue comigo ou não na minha jornada. Sem saber por onde andar escolhi pra onde ir. Deixei dentro da gaveta inúmeras coisas e alguns sentimentos bons de se cultivar. Percorri trilhos sinuosos que insistiam em me mostrar um caminho. Qual? Sinceramente não sei, mas já estava embarcado e pronto pra sair de uma estação e seguir para outra. Sabe aqueles sentimentos bons de se cultivar que citei logo acima? Então, eu os esqueci em casa da última vez que voltei pra cá e agora preciso ir buscá-los, justamente porque encontrei destino pra eles aqui mesmo, dia desses.
Visivelmente eu não tenho muita bagagem. O que eu trago é invisível, interno, residente no peito e é de fábrica. Não é comprado muito menos usado. Ser invisível não quer dizer que não exista. E não há nada mais agradável do que possuir algo capaz de contrariar, agradar e incomodar tanta gente. Sim, eu disse incomodar, porque nos dias de hoje falar de amor ou de qualquer outro sentimento é passível a críticas e manifestos negativos. Falar de amor nos dias de hoje se tornou um tema revolucionário.
Costumo ouvir que meu romantismo utópico não tá com nada, e quem disse que eu não concordo? Querendo ou não, a minha vida e a de cada um aqui custa alguns relacionamentos e algumas dores. Eu sou igual a você.
É a vida desse meu lugar. É a vida.

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